Falo tanto do meu jardim, mas meu primeiro espaço verde foi em um apartamento. E nem faz muito tempo. Moro nesta casa há dois anos, e antes disso vivi no mesmo apartamento em Londres por quase 15. Foi nesse lugar que o meu relacionamento com plantas desabrochou (desculpa pelo trocadilho ruim), e ainda hoje, com meu jardim “de verdade” à disposição, sou completamente devota às plantas “de dentro de casa”.
Muitas vieram comigo do apartamento. Algumas padeceram logo nas primeiras semanas; não aguentaram o estresse da mudança radical de ambiente. As que aguentaram ganharam novas companheiras. Diversas novas companheiras. A quantidade de luz que entra nesta casa possibilitou que eu comprasse espécies que não teriam aguentado a escuridão do apartamento. Outras que já moravam comigo lá, mas apenas sobreviviam, hoje estão prosperando. Tem planta dando flor e se multiplicando sem eu precisar fazer nada.
O quase absoluto sucesso me encorajou a encarar umas propagações: usar as plantas existentes para criar novas plantas. Eu já tinha feito isso antes, sem grandes resultados. Dessa vez fui ousada e até arrisquei propagar uma Monstera deliciosa. E deu certo! A Monstera mãe continua grandiosa em lugar privilegiado na sala, pra todo mundo ver. A filha, por enquanto, mora em um banheiro frequentado pelos hóspedes, e em tão pouco tempo de vida independente de sua genitora, já está gerando suas próprias novas folhas.
Eu tenho um orgulho enorme. E sempre penso em falar pra elas, as plantas de dentro de casa, que apesar da vida verde lá fora, que toma bastante do meu tempo, são elas as minhas favoritas.